Digital History

Entrevista | História Digital

Recencetemente tive o prazer de ser entrevistada pelo Paulo Cesar Gomes, para o site História da Ditadura. Falamos de como cheguei ao tema da História Digital, sobre formação e pessoas que marcaram meu caminho. Por fim, abordamos também o trabalho que realizo na minha pesquisa de doutorado no Centre for Contemporary and Digital History.

Espero que vocês gostem!

Revista TransVersos: Dossiê As NTICs e a escrita da história no tempo presente

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Século XVI, Impressora de tipos móveis

No início deste século, refletindo acerca das mutações pelas quais passava o mundo da escrita, Roger Chartier afirmou que a “resistência” e o “estranhamento” do historiador à utilização ou a interveniência das novas tecnologias da informação e da comunicação (NTICs) no seu fazer pareciam-lhe “lamentações nostálgicas”. Por outro lado, completava, outros olham para esse novo espaço de interação e produção textual com “entusiasmos ingênuos” (2009:09).

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1959, IBM Stretch (Veja outros modelos na linha do tempo do Museu da História do Computador)

Passada quase uma década dessas palavras, o que mudou na discussão sobre essa questão no Brasil e no mundo? Com certeza, muitos escritos já se somaram às ideias apresentadas pelo

historiador francês na 10ª. Bienal Internacional do Livro. Mas, basta uma rápida visita aos trabalhos produzidos no país e verifica-se que a maioria discute formas de utilização das NTICs, relatam experiências, principalmente em sala de aula, mas, poucos se arriscam a romper a fronteira – ainda entendida como limitadora – de uma discussão funcional e auxiliar dessas tecnologias à escrita da história no tempo presente.

A proposta do presente dossiê pela linha de pesquisa Escritas Contemporâneas de História, do Laboratório de Estudos das Diferenças e Desigualdades – LEDDES/UERJ, pretende dialogar com aqueles profissionais – acadêmicos ou não – que ousam romper o “estranhamento” dessa fronteira e compreender, lembrando mais uma vez Chartier, sem o objetivo de profetizar, que a história se escreve no e para o presente, refletindo seus problemas e incorporando as tecnologias e as ferramentas existentes para essa escrita. Compreendendo, acima de tudo, “os significados e os efeitos das rupturas que implicam os usos” das NTICs nas escritas da história nos dias de hoje, seja a escolar, a pública, ou a historiográfica.

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2017 CVCE / C²DH, HistoGraphHistoGraph

Convidamos historiadores e demais profissionais que pensam a escrita da história ou a produção de narrativas, fundamentais para a concretude do conhecimento histórico, a enviarem suas reflexões acerca do tema, compreendendo a fronteira que se estabelece nessa discussão como lugar de encontro e não apenas de limites.

As colaborações serão aceitas até o dia 25 de outubro, na Plataforma da Revista TransVersos. As regras de submissão podem ser encontradas em http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/transversos/about/submissions#authorGuidelines. Serão aceitos artigos em português, espanhol e inglês.

Livro novo na área, artigo novo sobre “historiografia escolar digital”

Primeiramente, Fora Temer!

Com que alegria recebemos a notícia de que está pronto o livro História, Sociedade, Pensamento Educacional: experiências e perspectivas (2016), proposta encabeçada pelo Grupo de Estudos do Tempo Presente – GET e do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre  História do Ensino Superior – GREPHES -, ambos ligados ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Sergipe. 

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Neste livro, minha amiga e grande parceira de criação, Marcella Albaine, e eu tivemos o prazer de colaborar com o artigo “Historiografia escolar digital: dúvidas, possibilidades e experimentação” (Capítulo 12, pp. 336-366), no qual buscamos tornar explícito para o leitor algumas questões implícitas em nossas elocubrações, já há algum tempo em que colaboramos no planejamento de atividades de extensão, na escrita de textos a quatro mãos e outros trabalhos que reúnem nosso interesse em torno do estudo do digital e do ensino de história. No prefácio, os organizadores introduzem assim nossa contribuição à obra:

Da TV para a internet e os novos meios e comunicação, Anita Lucchesi, que colabora a partir das suas investigações na Universidade de Luxemburgo, e Marcella Albaine, refletindo a partir da Universidade Federal do Rio de Janeiro, teceram considerações sobre a chamada historiografia escolar digital. As suas reflexões, nascidas nestes diálogos transoceânicos, nos colocam a pensar sobre: quais os caminhos a serem trilhados pelos historiadores nos tempos digitais? Quais as limitações enfrentadas pelos professores de História em meio aos suportes digitais? Como a narrativa histórica será afetada pela emergência da internet? Estas e outras preocupações são levantadas no texto que, ao final, nos relembra o caráter essencialmente humano da História e da Educação.

Prefácio de História, Sociedade, Pensamento Educacional: experiências e perspectivas, Org.  Dilton Cândido Santos Maynard & Josefa Eliana Souza. Rio de Janeiro: Autografia, 2016.

Mais uma vez, foi uma satisfação escrever com essa amiga, aprender e ressignificar muitas coisas juntas. Espero que esse humilde artigo consiga levar aos colegas leitores a proposta de pensar uma “historiografia escolar digital” que favoreça o uso criativo das ferramentas digitais, como boas aliadas para uma educação emancipadora, mas sem também enaltecer demais a máquina – carne, osso, crítica e afeto permanecem essenciais. Em tempos de duros golpes na nossa chumbada democracia e em todas as esferas da educação pública no Brasil, escrever esse artigo e desejar que ele possa estimular o debate e encorajar ainda mais a busca por um modelo formação cidadã, pode soar meio utópico, mas a publicação de um livro como esse é a prova cabal de que não se trata apenas de um sonho, mas de luta e construção coletiva de um ideal de educação universal.

Meu muito obrigada aos colegas que toparam essa missão, aos organizadores e à incansável parceria de Marcella. Sigamos em frente! 🙂

Acesse a versão ePub aqui.

Minha Pesquisa no Café História TV

Recentemente conversei com o Bruno Leal do Café História sobre a Minha Pesquisa. Primeira vez em que falo da minha pesquisa de doutorado aqui na Universidade de Luxemburgo. Bom papo sobre História Digital, História Pública, historiografia, imigração portuguesa e italiana em Luxemburgo. Mais uma vez, obrigada Bruno pelo convite.

JSTOR Daily: divulgação científica 2.0

jstordaily-emailO JSTOR lançou este ano um projeto paralelo: o JSTOR Daily. A novidade funciona basicamente como um blog que se propõe a publicar diariamente um conteúdo que ofereça ao leitor uma “nova forma de ver o mundo” (é mais ou menos assim que se descrevem), em linguagem acessível para o grande público e sempre bebendo na fonte do acervo digital do próprio JSTOR – um portal científico acessível para todos. Oferecendo tanto textos curtos, como textos um pouco mais longos, o projeto espera alcançar um público que não precise ter doutorado para entender as ideias de um pesquisador em seus artigos.

O tom da comunicação é diferente dos textões acadêmicos – monográficos, dissertativos, cheios de jargões e protocolos internos à comunidade pesquisadora, como as notas de pé de página. Mas, ainda assim, conserva certo rigor, resguarda uma autoridade, como se pode notar do que destaco das diretrizes editoriais do próprio projeto:

The voice is smart, curious, engaged, insightful, and friendly, but still authoritative. As readers make their way through a piece, they should feel smarter without feeling intimidated. The idea here is that scholars have interesting insights into the world, and one doesn’t have to hold a PhD to understand or appreciate those insights. Features will be written by a combination of journalists and scholars with the goal of highlighting the research in the JSTOR collection—every story will provide at least one link in to content on JSTOR.org. We’d like to tease out the still-relevant, newsworthy, entertaining, quirky, surprising, enlightening stories therein. Since JSTOR comprises primarily archival content rather than contemporary research, we imagine that each piece of content on the magazine site might tell a story about the present that is informed by the past, or at least provide a backstory to the stories of the present.

Por essas e outras, considero-o uma promissora iniciativa de história pública digital, porque:

1. Apresenta informações em diversos estratos, através de textos em camadas graças ao emprego de hipertextos (que fazem a ligação das referências dos textos com o acervo de fundo, além de sites externos);

2. Descentraliza a autoridade do pesquisador, empoderando o leitor para também produzir sentido para as fontes e bibliografias citadas no texto, não só disponibilizando os “créditos” da informação citada, mas o acesso instantâneo ao próprio documento ou literatura em questão, possibilitando processos de co-autoria, releitura, livre interpretação direta do original;

3. Promove uma experiência para além do texto (e da leitura), abrindo espaço para a curiosidade e o interesse próprio do leitor guiar a sua exploração do material além do texto-base, proporcionando uma experiência para além da leitura que apenas “escaneia” o texto e o abandona. No caso específico na história, essa proximidade com as evidências do texto e com a bibliografia trabalhado pode ser significativa na construção do pensamento histórico crítico da parte dos leitores “não especialistas”, favorecendo a percepção da historicidade das fontes históricas, bem como o caráter caráter construído da história como um produto social, mesmo quando se busca o conhecimento científico, e não uma equivalência de um passado que estaria dado nas fontes, tal e qual, “foi”.

O JSTOR Daily aparece com um proposta potente para divulgação de um acervo digital, especialmente porque adaptada à lógica da cibercultura e da Web 2.0 (só senti falta da seção de comentários para os textos), oferecendo a possibilidade de leituras mais rápidas e uma navegabilidade diferente da do impresso, que, contudo, não se perde, já que as referências estão lá para quem desejar “ir mais fundo”. Isso, porém, não é exatamente inédito. Procedimentos parecidos já vinham sendo feitos aqui e ali de maneira um pouco dispersa, intuitivamente, seguindo as facilidades da Web 2.0 para o compartilhamento do conhecimento. São inúmeros os pesquisadores que hoje em dia mantêm seus próprios blogs e perfis em redes sociais e fazem isso por conta própria, promovendo a sua produção autonomamente. No Brasil, temos crescentes exemplos dessa prática também em ambientes institucionais. Os dossiês da Biblioteca Nacional, por exemplo, e o Boletim Informativo “Sebastião” (AGCRJ), bem como a Revista do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, realizam um trabalho similar de divulgação e promoção de acervos.

O que me despertou curiosidade em acompanhar o JSTOR Daily de perto, no entanto, para além do seu formato genuinamente digital (born digital, hipertextual), foi a proposta de uma publicação tão amiúde (diária), colaborativa e polifônica. A versão digital da Revista História Ciências Manguinhos, aliás, é um exemplo bastante próximo de divulgação científica no cenário brasileiro, guardadas as proporções e os diferentes escopos de um acervo como o JSTOR e desta revista. No post Diamantes, doenças e saúde em Angola (718 palavras), a divulgação via hiperlink do artigo  Cuidados biomédicos de saúde em Angola e na Companhia de Diamantes de Angola, c. 1910-1970, de Jorge Varanda, em um número recente da revista (vol. 21, n. 2, abr./jun. 2014), me parece uma estratégia de aspirações idênticas àquela do JSTOR Daily: convidar o leitor, seja ele especialista ou parte do “público em geral”, para ir diretamente às referências e, assim, promover maior acessibilidade àquele material, no caso da revista, os artigos dos seus números impressos, também disponíveis online na íntegra (via Scielo). No caso dessa revista, porém, é possível fazer login para deixar comentários nos posts, exatamente como em um blog. 🙂 Por outro lado, a avaliação, produção, edição e publicação de textos no blog da revista ainda se restringe a uma pequena equipe (10 pessoas, ainda que exista colaboração de convidados), enquanto o board de autores do JSTOR Daily promete se tornar gigantesco (qualquer pessoa interessada pode submeter uma postagem – longa ou curta, bem como propor uma coluna). Nada impede, porém, que amanhã a revista proponha novidades. Estou de olho! 😉

Por fim, deixo como recomendação a leitura do artigo “(Un)Catalogued: Finding Your Place by Looking at Maps” (932 palavras) de Megan Kate Nelson, do blog Historista, que também escreve para o JSTOR Daily. Num misto de linguagem acadêmica e jornalística, estilo que lembra um pouco o Blessay de Daniel Cohen, a autora parte de um diagnóstico do presente sobre orientação e memória, contextualizando a proeminência da tecnologia do GPS na geolocalização de pessoas hoje em dia e recua no passado para abordar a relação da história, da cartografia e da orientação num tempo em que mesmo os mapas de papel rareavam. Com esse movimento presente–passado, ela consegue engendrar as ligações internas para os materiais do JSTOR através de hiperlinks (ainda que o forte do JSTOR não sejam sobre o contemporâneo) e utilizar essas informações como argumentos de autoridade para o seu texto.

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[clique na imagem para ir ao site original]

*Esse post teve 1083 palavras

Oficina de História Digital no 2º Seminário de História Pública

Pessoal,

Aproveito o espaço do blog para divulgar a oficina “História Digital” que Bruno Leal e eu vamos ministrar no evento da Rede Brasileira de História Pública mês que vem, o Perspectivas da História Pública no Brasil. Aliás, há várias oficinas interessantes. História Oral e História Pública; Cinama/ Internet e Mídias Alternativas; Fotografia Mobile; História e Videogame. Confiram todas no site em Oficinas.

A nossa é a oficina nº 02 e acontecerá nos dias 10 e 11 de setembro, das 20h às 22h, na Universidade Federal Fluminense, em Niterói. Abaixo a apresentação:

OF02 – História digital

As chamadas “novas tecnologias da informação e da comunicação” (NTICs) vêm promovendo desde o início da década de 1990 um profundo reordenamento das relações sociais, da produção industrial, da concepção dos signos socioculturais, da política e, de uma maneira mais geral, de nossa maneira de experimentar e explicar a realidade, nossa relação com o tempo. Como essas “novas mídias”, em especial as mídias digitais, estão transformando a forma de se conceber a história e a historiografia? Como o ofício do historiador tem sido afetado por todas essas mudanças, principalmente aquelas ocasionadas pelo computador e pela Internet? Estas são algumas questões que serão exploradas na oficina “História Pública e Plataformas Digitais”, ministrada por Anita Lucchesi (Historiografia na Rede) e Bruno Leal (PPGHIS/UFRJ/Café História), no II Simpósio Internacional de História Pública.

A oficina será dividida em dois dias. No primeiro dia, Leal e Lucchesi, falarão sobre a relação dos historiadores com os computadores e a tecnologia de uma forma mais ampla, indo desde a chamada “história quantitativa”, nos anos 1960, até o surgimento da “história digital”. Após uma introdução ao debate da história/historiografia digital, a rede social Café História, projeto desenvolvido por Leal, será apresentada como caso de estudo no campo da história pública e digital. Já no segundo dia de oficina, os ministrantes vão explorar as evidências e possibilidades na história digital (escrita, divulgação, análise documental, ferramentas, formas narrativas etc.), além de um exercício original voltado para a produção de vídeos online.


Anita Lucchesi. Mestre em História Comparada (PPGHC/UFRJ) e professora de história. Pesquisadora do Grupo de Estudos do Tempo Presente (GET/UFS) e da Rede Brasileira de História Pública. Autora do blog “Historiografia na Rede” (2008), pesquisadora e redatora do documentário comemorativo @Rio450 no Instagram.

Bruno Leal. Doutorando em História Social (PPGHIS/UFRJ), Mestre em Memória Social (PPGMS/UNIRIO), historiador e jornalista. Tutor-Professor do curso de História EAD da Universidade Federal do Estado Rio de Janeiro (UNIRIO) e Fundador da Rede Social Café História. Consultor no campo das mídias sociais e educação a distância.

 

Documentos do século XIX do Arquivo Nacional de Serra Leoa digitalizados e disponíveis via Bristish Library

O projeto Endangered Archives acaba de disponibilizar mais um catálogo, com apoio da British Library e do Arcadia: Nineteenth century documents of the Sierra Leone Public Archives.

Grande parte do material já está disponível para acesso online, o que representa um passo muito importante para os estudiosos e interessados em História da África e do tráfico de escravos de um modo em geral e, mais especificamente, para pesquisadores de África Ocidental, da sociedade de Serra Leoa e suas especificidades enquanto colônia britânica, como, por exemplo, o tema dos Africanos Livres.

A digitalização dos documentos concernentes à Serra Leoa foi realizada por um grupo de historiadores liderados pelo Professor Paul Lovejoy, da York University (Canadá), que também é diretor do The Harriet Tubman Institute, que lançou em 2005 o projeto piloto para o programa que resultou no Endangered Archives. A iniciativa se utilizou da tecnologia digital para viabilizar um maior compartilhamento de documentos que, do contrário, só estariam acessíveis para pesquisadores que pudessem investir tempo e dinheiro em viagens de longa distância. Ademais, os documentos, como reporta a apresentação do projeto, encontram-se ameaçados por enfrentarem problemas infraestruturais nos locais de salvaguarda que mal podem oferecer espaço para a consulta de pesquisadores, tampouco para o trabalho de digitalização. De modo que o Nineteenth century documents of the Sierra Leone Public Archives se torna duplamente importante, pois mesmo antes de viabilizar o amplo acesso a esses documentos na World Wide Web, realiza um urgente “salvamento” desses originais em versões digitalizadas que, em bits e bytes, vão manter esses documentos virtualmente “a salvo” da deteriorização pela ação do tempo, humidade e mal conservação que vêm enfrentando.

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Ao acessar as “fichas” desse arquivo online, os usuários terão acesso aos dados catalográficos padrão, com descrição e detalhes do documento em questão e, ao final, poderão acessar as imagens digitalizadas do mesmo, que podem ser ampliadas, giradas (em rotação) e baixadas para o seu próprio computador.

 

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Register of Escaped Slaves [1875-1884] p. 5 / 268

 

Felicito a novidade e aproveito para cumprimentar minha parceirona de histórias, a doutoranda em História da África na Worcester University (Inglaterra), Érika Melek, pelo envolvimento no projeto que já nos rendeu tantas conversas e ideias de pontes entre História da África e História Digital. Érika está desenvolvendo sua pesquisa de doutoramento justamente sobre Africanos Livres em Serra Leoa no século XIX, com o recorte específico e instigante em “crianças africanas livres”. Espero ver sua fala no III Encontro Internacional de Estudos Africanos, que ocorrerá entre 15 e 19 de setembro (mês que vem!), na Universidade Federal Fluminense (Niterói), por iniciativa do NEAF (Núcleo de Estudos Africanos), com apoio do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História da UFF.

Nesse dramático momento de epidemia do vírus Ebola, para além de pensarmos na viabilidade material de pesquisas, é preciso, mais que nunca, seguir discutindo e debatendo (e para isso, pesquisando) a história desse imenso continente, talvez assim possamos chegar perto de um dia entender e mudar a realidade descrita nas palavras do médico liberiano Melvin Korkor, um dos raros sobreviventes do vírus, que viu vários colegas perderem a vida ao seu lado: “Se essa doença existisse nos Estados Unidos ou na Europa, amanhã haveria uma solução para ela. Há 40 anos todos sabem que existe o Ebola. Mas qual é o problema? É que está na África.” (Ver matéria do Estadão na íntegra).

Parabéns a todos os envolvidos. Vamos passar a palavra!

 

Último dia para Inscrições no Simpósio: Perspectivas da História Pública no Brasil

AS INSCRIÇÕES PARA TRABALHOS SE ENCERRAM HOJE, DIA 03 DE AGOSTO!

A Rede Brasileira de História Pública se reunirá entre 10 e 12 de setembro, na Universidade Federal Fluminense para o 2º Simpósio Internacional de História Pública. (Acompanhe também no Twitter #rebrahip2014 e no Facebook).

Aproveito  o espaço aqui do blog para divulgar as atividades voltadas para o nosso tema – História Digital – mas aviso que também haverá mesas redondas, oficinas e espaço para comunicações orais em diversos Grupos de Trabalho. Entre os temas em foco: História Oral, Historiografia, Biografia, Feminismo, Literatura, Jornalismo, Cinema, Fotografia, Mídia Alternativa, Narrativa, Comunidades, entre outros. 

Nas tardes dos dias 10, 11 e 12 de setembro, estarei, ao lado de Bruno Leal (UFRJ/Café História) e Prof. Ricardo Pimenta (IBICT/UFRJ) na coordenação do GT “História Pública e Plataformas Digitais”, que receberá trabalhos para apresentação oral.

Nas noites dos dias 10 e 11, das 20h às 22h, ministro junto com Bruno Leal (novamente parceiro) a oficina “História Digital”.

Por fim, estarei na mesa redonda “História, tempo presente e plataformas digitais“, com os professores Francisco Carlos Teixeira  (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Massimo di Felice (Escola de Comunicações e Artes da USP) e Serge Noiret (European University Institute), que terá como debatedora a professora Márcia Ramos de Oliveira  (Universidade do Estado de Santa Catarina).

Venham debater e apresentar seus trabalhos. O GT está recebendo inscrições até dia 03/08!

história-publica-plataformas-digitais-gtProgramação completa abaixo, mais informações no site: http://historiapublica.com.br/simposio2014

 Quarta-feira,
10 de setembro
Quinta-feira,
11 de setembro
Sexta-feira,
12 de setembro
   9h30 Sessão oficial de abertura
   10h-12h Conferência de abertura
História oral e história pública, com Linda Shopes
Mesa redonda
História pública, comunidades e culturas populares
Mesa redonda
História pública: Lugares e narrativas
   12h-13h Sessões de comunicação
Experiências em História pública
Sessões de comunicação
Experiências em História pública
Sessões de comunicação
Experiências em História pública
   13h-14h Intervalo para almoço Intervalo para almoço Intervalo para almoço
   14h-17h30 Grupos de trabalho Grupos de trabalho Grupos de trabalho
   18h-20h Mesa redonda
A história e o público no Brasil
Mesa redonda
História pública e mídia
Mesa redonda
História, tempo presente e plataformas digitais
   20h-22h Oficinas Oficinas Sessão de encerramento e assembleia
Os próximos passos da Rede Brasileira de História Pública

 

 

Jurandir Malerba sobre História Pública e Digital no “Cafezinho” sobre Historiografia do “Café História TV”

Toda a conversa de Bruno Leal (editor do Café História) com o Prof. Jurandir Malerba (PUCRS) é interessante, um passeio por algumas dobras da historiografia e um pouco do lado “humano”, experiências e opiniões do responsável por publicações tão fundamentais para os leitores brasileiros como “Lições de História: da história científica à crítica da razão metódica” e “Lições de História: o caminho da ciência no longo século XIX”, entre outras. Por essa razão, recomendo o filme inteiro. Uma boa hora de entretenimento.

Contudo, gostaria de chamar atenção para o trecho entre os minutos 23′ e 35′, em que o professor comenta sobre a História Pública e também Digital. Para ele, a questão da História Pública perpassa a discussão do próprio campo da história, do que é história. O professor comenta como a experiência da História Pública implica repensar os processos de formação e como interfere nas expectativas de atuação dos formandos/formados em história. Notando os fenômenos editoriais de “narrativa históricas” feitas por jornalistas, o professor sugere a necessidade da academia pensar o seu lugar e dos historiadores se posicionarem no debate. Questiona ainda quais seriam as finalidades dessa atividade que visa a ampliação da audiência da história, seria política? Pecuniária? É preciso refletir, sair da zona de conforto e isso requer certo esforço, haja visto como nossos curricula são refratários a essas discussões presentes na nossa disciplina, como diz o professor. Vale a pena conferir.

 

 

Aproveite para conhecer melhor o Café História TV.